“Tarte Tatin” - culinariamente solidária com os Franceses
Há muitas maçãs cá por casa (golden,
starking e bravo de Esmolfe), graças a uma oferta familiar. Por conseguinte,
nestas últimas semanas, tenho seguido
escrupulosamente o conselho e ditado popular “uma maçã por dia traz saúde e
alegria” ou a famosa expressão inglesa “an apple a day keeps the doctor away”. Há que não deixar estragar tanta maçã, por
isso resolvi também usá-las em algumas das minhas receitas favoritas. E a
“Tarte Tatin” surgiu, inevitavelmente, no meu pensamento.
Nestes dias
de solidariedade mundial para com a França, depois dos bárbaros ataques
em Paris, apresento esta minha “Tarte Tatin” e “culinariamente” presto uma
humilde homenagem a esse país com este clássico da sua pastelaria. Convido-vos a fazerem o mesmo.
A mítica
“Tarte Tatin” é uma tarte de maçãs caramelizadas, “virada ao contrário”.
Segundo a lenda, esta tarte tem origem no século XIX e deve o seu nome a duas
irmãs, Caroline e Stéphanie Tatin, que, após a morte do pai, assumiram o
negócio da família, o Hotel Tatin, na região do vale do Loire. Num dia de muito
movimento no restaurante do hotel, alguém pediu uma tarte de maçã e Stephanie,
com a pressa, terá colocado as maçãs no forno, esquecendo-se da massa. Quando se
apercebeu do erro, terá tentado recuperar o prato cobrindo as maçãs com massa. Ao tirar a tarte do forno e vendo o resultado
ficou satisfeita e serviu a tarte, assim mesmo, “virada ao contrário” e ainda quente. Um sucesso imediato!
Esta é a
versão mais corrente quanto ao nascimento de um dos doces clássicos e
mundialmente famosos da gastronomia francesa.
Há formas mais simples e mais
rápidas de fazer esta tarte do que a que vos trago hoje, com massa quebrada ou
massa folhada de compra, mas, havendo
tempo, ou para uma refeição mais cerimoniosa, prefiro esta versão que é a mais
original e que os pasteleiros franceses mais seguem. Além de que o método “mais
caseiro” impressiona sempre os nossos
convidados!
INGREDIENTES:
Para a massa quebrada:
- 200 g de farinha
- 125 g de açúcar
- 1 pitada de sal
- 80 g de manteiga
- 1 gema de ovo
- 2 colheres (sopa) de água
Para o recheio:
- 8 a 10 maçãs (as melhores são a reineta ou a golden, mas pode utilizar qualquer maçã que seja ácida e firme. Eu usei golden)
- 150g de manteiga
- 150 g de açúcar em pó
- canela em pó (facultativo)
PREPARAÇÃO
- Preaqueça o forno numa temperatura alta (180º - 200ºC).
- Prepare a massa quebrada: misture a manteiga, a farinha, o açúcar e sal usando a ponta dos dedos.
- Quando estiver tudo bem misturado e com aspecto de areia, adicione a gema de ovo e ligue tudo, trabalhando a massa o menos tempo possível. Vá adicionando a água para ajudar a ligar até à obtenção de uma bola compacta. Envolva em película transparente. Deixe descansar 30 minutos no frigorífico.
- Descasque e corte as maçãs ao meio e retire os caroços.
- Derreta a manteiga numa forma redonda em lume médio. Assim que derreter, junte o açúcar em chuva e misture suavemente com uma espátula até que os dois ingredientes estejam bem misturados. Faça um caramelo sem deixar escurecer muito. Retire do lume.
- Disponha as meias maçãs na forma como mostra a imagem seguinte, deixando - as o mais apertado possível. Polvilhe com 1 colher (sopa) de açúcar e um pouco de canela (facultativo) e deixe caramelizar em fogo médio por 12 minutos. Se não tiver uma forma que possa ir directamente ao lume, caramelize a maçã num tacho e depois transfira para uma forma redonda. Não se esqueça de regar a fruta com o caramelo que sobrar.
- Retire a forma do lume. Caso as maçãs tenham encolhido ou haja espaços grandes entre elas, traga os pedaços para o centro da forma e tente minimizar o espaço entre eles. Reserve.
- Estenda a massa quebrada numa superfície enfarinhada com um rolo até formar um círculo com o diâmetro um pouco maior que o da forma.
- Coloque a massa sobre as maçãs, dobrando as bordas para dentro da forma.
- Com a ponta da faca, faça uma pequena abertura no centro para que o vapor de água se possa libertar durante a cozedura.
- Leve ao
forno e deixe cozer por cerca de 30
minutos ou até a massa adquirir um tom acastanhado e o líquido do caramelo começar a aparecer dos lados.
- Retire do forno, deixe esfriar por 10 minutos e então inverta a tarte sobre um prato.
- Sirva de preferência ainda morna, acompanhada de natas (se puder
adquirir “Crème fraîche” será o ideal) ou de gelado de baunilha.
BON APPÉTIT!
Et ….
VIVE LA FRANCE!
Aspecto delicioso!!
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