terça-feira, 29 de dezembro de 2015

"Trifles" - nunca nos deixam ficar mal

Nesta época pós natalícia, em que há ainda na mesa restos de bolos de Natal como o famoso pão de ló, venho sugerir-vos uma sobremesa muito vistosa, com um ar muito festivo e um sabor delicioso. Pode ser uma boa aposta para a Noite de Fim de Ano.
O "trifle" é uma clássica receita inglesa, que se tornou também num clássico das sobremesas da cozinha internacional, é muito fácil de fazer, muito versátil e sempre .... delicioso. Uma sobremesa que nunca nos deixa ficar mal ...


Trata-se, basicamente, de uma sobremesa montada em camadas alternadas de pão de ló ou de outro bolo fofo tipo pão de ló humedecido com uma calda onde não pode faltar um bom licor ou um bom vinho do Porto, frutas vermelhas e um creme que pode ser o de pasteleiro ou outro com natas. O doce é finalizado com frutas frescas. 


As variantes podem resultar da imaginação de cada um, devendo ser sempre usado um recipiente de vidro transparente de modo a que se veja o conteúdo, colorido e saboroso.

INGREDIENTES
  • pão de ló clássico ou outro bolo fofo tipo pão de ló
  • calda básica – misture 2 chávenas de  água com uma chávena de açucar e leve a lume forte, sem mexer mais, deixe ferver por 10 minutos. 
  • 6 colheres de Xerez ou Drambuie (licor de whisky) ou vinho do Porto
  • creme de pasteleiro - Veja a receita fácil e rápida em: https://www.youtube.com/watch?v=fHwJ0baY8TM 
  • frutas vermelhas como morangos ou framboesas e outras frutas
PREPARAÇÃO
  • corte o pão de ló em quadrados de aproximadamente 3cm e coloque no fundo do recipiente/taça de vidro (com pé, de preferência)
  • humedeça com a calda (pode usar também a calda de fruta de conserva; a de pêssego resulta muito bem)
  • regue com parte do licor ou vinho do Porto
  • em seguida acrescente uma camada de creme (o de pasteleiro ou o de natas e mascarpone)
  • coloque uma camada de frutas picadas
  • vá repetindo as camadas e finalize com o creme ou com chantilly e decore com frutas
  • leve ao frigorífico por algumas horas antes de servir
Nota:  se cobrir com chantilly coloque apenas na hora de servir para ficar mais firme.

Uma das minhas variantes para aproveitamento de sobras de pão de ló:
Pêssego em calda (usar a fruta e a respectiva calda), licor Beirão, creme de natas, leite condensado e sumo de limão. Finalização e decoração com groselhas e hortelã.



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 Variante escocesa ou ""CRANACHAN" (receita já aqui apresentada -  http://saboresdabranca.blogspot.pt/2015/12/menu-escoces-st-andrews-dinner.html): 


Entre em grande em 2016 com cor, alegria e muito sabor!
Bom Ano Novo!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

"Rice pudding" com molho de framboesas

Nesta época festiva, arroz doce e jantares de Natal andam de mãos dadas, sobretudo nas zonas das Beiras, Trás-os-Montes e Alentejo. Eu cá também não prescindo de um cremoso prato de arroz doce nesta época, embora confeccione esta sobremesa muitas vezes ao longo do ano. É um dos melhores sabores que guardo da infância : a cremosidade do leite, a doce combinação do açúcar e da canela e o leve travo da casquinha de limão e /ou laranja. 
Este ano lá estará o arroz doce novamente na minha mesa de Natal e a receita seguida é a tradicional da minha zona da Beira Alta na versão branca, sem ovos.
O que vos trago hoje aqui é, no entanto, um arroz doce diferente, mais ao estilo inglês, o chamado "rice pudding", combinado com um suave molho de framboesas. 




Para quem gosta de arroz doce, esta é uma sugestão que devem experimentar e oferecer aos vossos convidados como uma sobremesa muito saborosa, que alia a tradição nacional do nosso arroz doce a uma receita da cozinha internacional, o que lhe confere uma certa elegância. 
Adaptei a receita ao nosso sabor português e ao da minha família que dispensa, geralmente, a presença das sultanas ou de especiarias fortes nas sobremesas. 
Este trabalho culinário é  um pouco demorado, mas vale a pena experimentar e apresentar este arroz doce numa ocasião especial, tal como numa das refeições da semana que hoje começa. A cor e o sabor desta sobremesa alegrarão ainda mais a sua mesa de Natal ou dos dias  festivos que se lhe seguem.

Ingredientes:
1 l de leite meio-gordo
90 g de arroz de bago largo
125 g de açúcar                         
1 pitada de sal
1 gema de ovo
3 colheres de sopa de farinha
½ colher de sopa de noz-moscada
1 colher de sopa de extracto de baunilha
1 colher de sopa de extracto de amêndoa
45g de sultanas (opcional)
250g de framboesas frescas ou descongeladas
Folhas de hortelã

Leve a ferver ¾ do leite. Reduza o calor, adicione o arroz, 50g do açúcar e o sal. Cozinhe a mistura mexendo frequentemente durante 50 minutos.

Prepare, entretanto, o seguinte creme:
Bata a gema com 4 colheres de sopa de leite. Junte a farinha e 50g do restante açúcar; depois junte o restante leite. Leve a mistura a lume médio, mexendo constantemente até levantar fervura. Depois, bata vigorosamente durante 2 minutos mais. Retire o tacho do lume e junte a noz-moscada, o extracto de baunilha e o extracto de amêndoa
Quando o arroz estiver cozido, junte-lhe as sultanas (facultativo)  e o creme que fez entretanto. Transfira o arroz para uma taça limpa. Para prevenir que se forme uma película à superfície, pressione com uma folha de filme transparente. Leve ao frigorífico durante aproximadamente 2h.

Para o molho, reduza a puré as framboesas e os restante 25 g de açúcar num liquidificador. Desfaça-se das sementes (esfregue com as costas de uma colher de pau o puré através de uma peneira fina).
Para servir, coloque o molho numa travessa um pouco funda e, no centro, coloque o arroz.



Numa apresentação mais elegante, divida o molho em  pratinhos um pouco fundos e coloque no meio pudinzinhos individuais do arroz. Se gostar, salpique com um pouco de noz-moscada e guarneça com folhinhas de hortelã.
 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Pequenos flans de abóbora com baunilha

A abóbora é um ingrediente com inúmeras potencialidades na cozinha e  um alimento riquíssimo em vitaminas e sais minerais. Tem poucas calorias, é um bom carboidrato e possui muitas fibras alimentares.
Ela impera no Outono e Inverno, entra em pratos muito reconfortantes e é ainda rainha na confecção de muitas das iguarias do Natal Português. 
Como tem lugar cativo cá em casa, não só na confecção de sopas, mas também na confecção de uma das minhas compotas e doces preferidos, acabo por ter abóbora em quantidades tais que me levam a usá-la noutras receitas, doces ou salgadas.


Hoje venho sugerir-vos estes pequeninos flans de abóbora numa receita que é um misto de doce e salgado. É tão peculiar o sabor destes pudinzinhos que os podemos usar quer como entradas ou acompanhamento de um prato principal, quer como sobremesa, adicionando-lhe, neste caso, um pouco mais de açúcar. Eu gosto deles como acompanhamento de carne assada ou estufada. Outros membros da família preferem-nos como sobremesa. De um modo ou de outro, vale a pena tentarem a receita e esta época de Natal será a ocasião ideal para isso, num jantar com amigos.
O sabor delicado da abóbora é aprimorado pelo toque requintado da essência de baunilha, tornando estes pequenos flans numa escolha ideal para terem lugar num  jantar elegante.

Ingredientes (para seis flans confeccionados em tacinhas ou tigelinhas que possam ir ao microondas):
  • 1kg abóbora descascada e limpa de sementes
  • 30g manteiga sem sal
  • 30g farinha
  • 3 colheres sopa leite evaporado (eu usei normal meio gordo)
  • 3 claras de ovo
  • 1 colher chá de açúcar amarelo
  • 1 colher chá de canela
  • 1 colher chá de noz moscada
  • 1 colher chá de essência de baunilha
  • raspa de 1 limão
  • 2 colheres sopa de nozes raladas
Preparação:
Coza a abóbora em água com uma pitada de sal (aproximadamente 20 minutos). Retire da panela e deixe a escorrer durante mais 20 minutos. Depois de bem escorrida, reduza-a a um puré, numa liquidificadora, p. ex. Numa taça que possa ir ao microondas derreta a manteiga durante 30 segundos e depois adicione imediatamente a farinha mexendo vigorosamente até obter uma massa suave. Deite o leite e as claras de ovo e misture. Encorpore esta mistura no puré de abóbora  e adicione o açúcar, a canela, a noz moscada, a essência de baunilha e a raspa de limâo. 


A versão sobremesa leva mais açúcar (a gosto) e menos noz moscada.
Unte com manteiga as tacinhas onde vai fazer os flans e verta para lá a mistura de abóbora. Coloque-os em círculo no micro ondas e deixe cozinhá-los em temperatura média-alta durante aproximadamente 10 minutos. Deixe repousar os pudinzinhos (aproximadamente 5 minutos) e desenforme-os ajudando a libertar as bordas com uma faca. Inverta-os para um prato de servir e salpique-os com as nozes. Enfeite a gosto e sirva como entrada ou como acompanhamento de um assado de carne e junte outros legumes.
Experimente e bom apetite ! Bons jantares natalícios!



segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Prazeres matinais - Um "muesli" de fruta fresca

A primeira refeição do dia sempre esteve rodeada de uma certa aura emocional diferente da das outras refeições. Talvez tenha a ver com a nossa vulnerabilidade a essa hora do dia (sobretudo os que têm que se levantar muito cedo), quando ainda precisamos de ser tratados com cuidado como se de uma mercadoria frágil se tratasse, para que o choque da passagem do mundo dos sonhos para o da realidade seja o menos violento possível. É claro que necessitamos de alimento que nos restabeleça da longa noite de  jejum. Por isso, mais do que as outras refeições do dia, o pequeno-almoço lembra-nos a função essencial da comida: abastecer o nosso corpo de energia.


Mas o pequeno almoço não deve ser visto essencialmente sob esse prisma mais técnico, digamos. Ele pode e deve ser uma refeição variada e muito agradável. Quando há mais tempo ou ele é organizado de modo a podermos sentar-nos à mesa, o início da manhã pode mesmo ser um grande prazer. 
Ter sempre em mente que devemos afastar totalmente o sal e as gorduras desta refeição e que as receitas devem usar fontes de proteina com muito pouca gordura. Inclua, entre outros ingredientes, iogurte, leite magro ou de soja, especiarias, frutos secos, cereais integrais, ervas aromáticas e fruta fresca.
A fruta fresca e um laticínio fazem maravilhas no despertar dos mais sonolentos e a um custo calórico mais baixo satisfazem o desejo de algo doce logo pela manhã. E incluir fruta não leva assim tanto tempo ... 



Receita:
1 maçã vermelha
1 maçã amarela
1, 2 dl de sumo natural de maçã
75 g de aveia rapidamente cozida
1 fio de mel
1 iogurte magro natural
2 amêndoas laminadas
1 colher de chá de sementes de girassol
2 colheres de sopa de passas (facultativo)
1 colher de açúcar amarelo (facultativo)

Corte as maçã em cubos, com a casca,  e coloque num prato de sopa ou taça, adicione o sumo da maçã, junte a aveia, o iogurte, os frutos secos e sementes e o açúcar amarelo (facultativo). Polvilhe com canela ( eu gosto muito da canela logo pela manhã, não só pelo seu sabor, mas também pelas sua enormes propriedades, entre a elas as anti-inflamatórias.)


Sente-se, coma devagar e relaxe, de preferência com música e um bom jornal à frente e ... nada de TV. Se puder, tome um café e ...
Tenha a seguir um bom dia de trabalho, mesmo que já se encontre reformado ou aposentado.



domingo, 13 de dezembro de 2015

Pizza caseira

Com uma base de massa de pizza caseira e dando asas à imaginação quanto ao recheio a utilizar, podemos adquirir uma óptima refeição para um fim de tarde de um domingo cinzento, mas que se quer bem aconchegante e bem luminoso dentro dos nossos lares.
Hoje sairam estas mini e maxi pizzas de massa bem caseirinha, fofinha e estaladiça; contudo, tenho de confessar ... não foi amassada por mim, mas sim por uma grande amiga: a Bimby, a quem estou muito grata. É mesmo uma boa aliada na cozinha. 

Com as sobras da massa, depois de estendida, para fazer uma pizza de tabuleiro, fiz a mini pizza que vêem em cima e que serviu de "aperitivo" para a pizza principal. O recheio foi super simples, mas ficou divinal ao sair do forno. Sobre a massa coloquei somente pequeninas fatias de queijo Brie, reguei com um fio de mel e salpiquei com mais um pouco de mozzarela ralado. Ao sair do forno polvilhei com orégãos secos. Experimente! Estes pedacinhos de pizza vão muito bem com um maduro branco do Douro muito fresquinho.

A pizza principal da refeição foi recheada com cogumelos, fiambre, pimentos verde e vermelho, polpa de tomate e mozzarela ralado.
A massa caseira faz bem a diferença, desta vez tive ajuda da Bimby, mas não é assim tão difícil fazê-la manualmente. Eis a receita:

     Massa para pizza:
  • 1kg Farinha de trigo 
  • 70 g Fermento Padeiro 
  • 0,5 l água
  • 15 g Sal 
  • 1,5 dl Azeite Extra Virgem
Deitar a farinha num recipiente ou directamente na mármore e abrir um fundo com a mão.
Deitar a água, o fermento, o sal (fino) e o azeite. Mexer bem com ajuda de varas de arame ou colher,
Assim que a massa começar a ficar mais pastosa, amassar tudo com as mãos, até obter uma massa lisa e elástica.
Deixar levedar, tapada com pano húmido, pelo menos 1 hora.
Estender e utilizar para pizza.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Menu escocês / "St Andrew's Dinner"


 "St. Andrew" (ou Sto André ) é o padroeiro da Escócia e o seu dia - 30 de Novembro - é amplamente celebrado por esse povo alegre, comunicativo e simpático, tão diferente dos outros povos que habitam a Grã-bretanha. O centro das comemorações do Dia Nacional da Escócia é, sem dúvida, a reunião familiar à volta da mesa no jantar de "St Andrew". Nessa noite, oferece-se à família e aos convidados algumas das mais tradicionais iguarias escocesas e não podem faltar o salmão, o Haggis e o borrego. 

No passado fim-de-semana resolvi convidar uns amigos, de entre eles um Inglês que ama a cozinha escocesa, e com o pretexto de estarmos perto da data das comemorações do Dia da Escócia, decidi preparar uma ementa tradicional escocesa num jantar a que também chamei "St. Andrew's Dinner". Pedi aos meus convidados que viessem trajados a rigor, os homens com as suas "Kilts" e outros adereços e as senhoras elegantemente vestidas com ou sem "kilt", mas com apontamentos de padrões escoceses (O famoso "Tartan").

Decorei a mesa e a sala de jantar de forma adequada ao tema da noite e confeccionei o menu que hoje vos apresento.

 Sou uma verdadeira amante da Escócia (que já visitei várias vezes), país historica e literariamente muito rico, pleno de lendas e tradições, com paisagens deslumbrantes e com uma gastronomia vigorosa, saborosa e muito reconfortante. No entanto, muitas pessoas ficam de pé atrás no que toca à cozinha escocesa, sobretudo quando pensam na descrição do seu prato nacional, o "Haggis", que é nem mais nem menos que uma enorme morcela feita com o coração, fígado e pulmões da ovelha, misturados com aveia e condimentados com várias especiarias e tudo colocado dentro do estômago (bucho) do dito animal. Concordo que é preciso alguma coragem para comer "Haggis" pela primeira vez (imagem em baixo), mas consegue-se e é uma experiência única! É muito difícil importar para o nosso país esta "iguaria" das Terras Altas da Escócia, pelo que os meus convidados não vivenciaram essa degustação invulgar.


Eis a ementa típica escocesa que eu escolhi (e adaptei) para celebrar esse belo país do Reino Unido:

1. Entrada: Tosta de pão de centeio com salmão escocês, queijo e alcaparras

À falta de pão escocês, usei um bom pão de centeio de Seia, regado com um fio de azeite extra virgem, sobre o qual coloquei umas fatias de salmão fumado escocês, queijo brie, alcaparras e cebola vermelha. Tudo refrescado com um pouco de sumo de limão e salpicado com tomilho limão.

 2. Prato principal: “Rosemary Roasted Scotch Lamb” (Borrego assado com alecrim)


Ingredientes: (6 a 8 pessoas)

1 boa perna de Borrego com cerca de 1,8kg, muito bem limpo de todas as gorduras
1 raminho de alecrim fresco
 6 a 8 batatas para assar, descascadas
2 cebolas às rodelas
2 dentes de alho grandes e laminados
2 colheres de sopa de azeite
2, 5dl de caldo de borrego ou caldo de carne
muito pouco sal

PREPARAÇÃO:
 Pé-aqueça o forno a 240º.  Esfregue o borrego com pimenta moída na hora e um pouco de sal e leve a assar num tabuleiro de altura média durante 15 minutos. Baixe a temperatura para 180º, retire o borrego da assadeira e deite fora a gordura entretanto libertada.
 Durante os 15 minutos em que o borrego está a ter a primeira assadura, aqueça o azeite num tacho, junte a cebola, tape o tacho e deixe cozer por 5 minutos até a cebola estar macia. Retire o testo, junte o alho e umas hastes de alecrim e cozinhe por mais 5 minutos. Retire as cebolas e reserve.

Numa assadeira funda, e de preferência com tampa, coloque uma camada de batatas cortadas aos pedaços e tempere com um pouco de pimenta preta. Coloque por cima as cebolas já cozinhadas e repita o processo até obter três ou quatro camadas de batatas e cebolas. Cubra tudo com o caldo de carne fervido (feito de fresco ou a partir de um cubo de caldo concentrado), pressione com uma colher até que as batatas estejam submersas. Por cima de tudo coloque o borrego e volte a levar ao forno já com o lume brando e deixe cozinhar lentamente durante 3 horas. O borrego deve ficar quase a desfazer-se e as batatas e cebolas deverão ter absorvido o caldo e todos os sucos da carne. Sirva com cenourinhas, couvinhas de bruxelas e castanhas cozidas. 

Um assado divinal! E regado não com um vinho escocês, mas com um vinho beirão - um Flor de Penalva / Reserva , Colecção limitada.

A receita preparada à maneira escocesa deu-nos uma carne super tenra, muito nutritiva e com um sabor muito diferente da maioria dos assados de borrego portugueses, por incorporarem demasiado a gordura de sabor forte do borrego. Esta receita escocesa agradará certamente a todos aqueles que ao ouvirem falar em borrego dizem logo que “detestam”, tal como eu antigamente dizia, antes de descobrir novas maneiras deliciosas de cozinhar esta carne.
 De entre as carnes vermelhas, a de borrego (e carneiro) destaca-se pelo seu alto valor nutritivo e é uma carne de preço acessível. Apesar de algumas peças terem alto teor de gordura, a carne de carneiro não é entrecortada por gordura como outras carnes. Além disto, a carne é macia devido aos músculos relativamente pouco trabalhados dos animais jovens. Assim, a maior parte da gordura pode ser facilmente removida desta carne magra, antes da cozedura. 

 3. Sobremesa: “Cranachan” (um Trifle tradicional escocês) 



O "Cranachan" é uma sobremesa típica e tradicional da Escócia e que reúne alguns dos melhores produtos que o país tem para oferecer, como por exemplo o mel de urze, as framboesas, a aveia e o whisky. 

Ingredientes (para 8 a 10 pessoas): 

 500ml de natas para bater 
250g de queijo mascarpone 
100g de açúcar em pó, peneirado + extra para as framboesas + extra para polvilhar
 6 colheres sopa de whisky escocês 
1kg framboesas congeladas, descongeladas e / ou outros frutos vermelhos

 Para o crocante de aveia: 

 140g manteiga 
4 colheres sopa de mel
 200g flocos de aveia 
100g açúcar refinado amarelo
 100g avelãs, picadas grosseiramente 
85g farinha de trigo 

 Preparação: 

 Começar por fazer o crocante de aveia. 
Ligar o forno a 180ºC. Num tachinho, derreter a manteiga e o mel. Adicionar os restantes ingredientes e mexer até estarem todos bem incorporados. Espalhar a mistura num tabuleiro e levar ao forno por 20 minutos, ou até a mistura estar crocante. 
Retirar o tabuleiro do forno e deixar arrefecer a mistura. Depois de frio, partir o crocante de aveia em bocados e reservar. Numa taça, bater as natas com o mascarpone, o açúcar em pó e o whisky, até obter picos suaves. Numa taça à parte, juntar cerca de 2 colheres de sopa de açúcar em pó com as framboesas descongeladas e /ou outros frutos vermelhos e mexer.

Para montar o trifle, começar por colocar uma camada de framboesas e/ou outros frutos no fundo de uma taça de vidro transparente e com pé, seguida de uma camada de natas e de uma camada de crocante de aveia. Repita as camadas até acabar com os ingredientes, reservando uma camada de crocante de aveia para a camada final, que será espalhada sobre o topo do trifle momentos antes de servir e polvilhada com açúcar em pó e /ou raspas de chocolate. Decore com groselhas e folhas de hortelã. 


4. Bolo-bandeira (mandado fazer por uma amiga numa pastelaria, com massa de sublime de laranja e cobertura de glace de modo a desenhar a bandeira da Escócia - fundo azul com uma cruz branca

Notas particulares deste jantar:
Antes do início da refeição, o convidado Inglês leu o poema de Robert Burns "Ode to a Haggis" em Gaélico:

Ouviu-se música escocesa e declamação de poemas de Robert Burns, o poeta nacional da Escócia.
O ambiente foi divertido e a gastronomia escocesa bastante elogiada. É claro que o Scotch whisky voltou a marcar presença na altura de digerir a refeição e ... passadas umas horas houve vontade de ir repetir o refrescante e crocante "cranachan" ...
O "Tartan" invadiu a sala:  padrão quadriculado de estampas, composto de linhas diferentes e cores variadas e que faz parte das famosas "KILTS", indumentária típica escocesa.